Finlandeses na rua<br>contra a austeridade

Dezenas de milhares de finlandeses manifestaram-se, dia 18, no centro de Helsínquia, culminando uma jornada de greves nos diferentes sectores, contra o pacote de cortes sociais apresentado pelo governo conservador.

O protesto, considerado como o maior das últimas duas décadas, foi convocado pelas três grandes centrais sindicais do país (SAK, STTK e Akava), cujos 2,2 milhões de associados representam cerca de 80 por cento da população activa.

Portos, aeroportos, transportes urbanos, correios, fábricas de papel, comércio e serviços públicos foram os sectores mais afectados pelas greves, que paralisaram 75 por cento das actividades.

A Finlândia está no quarto ano consecutivo de contracção da economia, provocada principalmente pelo declínio das duas indústrias-chave, a florestal e a tecnológica, esta última arrastada pela queda da Nokia.

Em consequência, as contas públicas têm vindo a degradar-se desde 2008, fazendo disparar a dívida pública, que hoje já atinge os 63 por cento do Produto Interno Bruto, e a taxa de desemprego que está nos 11 por cento e continua a crescer.

Há duas semanas, a coligação liberal do primeiro-ministro Juha Sipila, no poder desde Maio, apresentou uma série de medidas para reduzir a despesa pública e o custo do trabalho.

Entre as medidas figuram a diminuição do período de férias dos actuais 38 para 30 dias, a redução da remuneração das horas extraordinárias e do trabalho nos dias de descanso.

O primeiro dia das baixas por doença deixa de ser pago, caindo de cem por cento para 75 por cento a compensação dos restantes.

Ao mesmo tempo, as empresas beneficiam de uma redução de 1,72 por cento das contribuições para a segurança social e poderão deixar de pagar aos trabalhadores dois feriados por ano.

As três centrais sindicais opõem-se unanimemente ao pacote de cortes, acusando o governo de pretender que os trabalhadores arquem sozinhos com os custos da crise.

Por outro lado, consideram as medidas como «uma ingerência sem precedentes» do governo na negociação com os parceiros sociais, ao substituir de forma unilateral os acordos entre patrões e sindicatos por leis.




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